INTERDISCIPLINARIDADE ENTRE DOCENTES DO ENSINO FUNDAMENTAL EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

INTERDISCIPLINARIDADE ENTRE DOCENTES DO ENSINO FUNDAMENTAL EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

 

Interdisciplinarity between teachers of elementary education in environmental education Lj

Tatiane Ribeiro Teixeira[1]

Saulo Cézar Seiffert Santos[2]

Aldeniza Cardoso de Lima[3]

RESUMO: Este trabalho investiga a Interdisciplinaridade no contexto escola, pois ela apesar de ser lembrada pelos professores é pouco praticada para a Educação Ambiental. O objetivo do estudo foi analisar as concepções de docentes do 7º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública sobre a interdisciplinaridade nas relações pedagógicas e profissionais quando se envolvem em atividades em espaços não formais em Educação Ambiental. O trabalho teve base metodológica à pesquisa qualitativa, sendo a técnica utilizada a própria entrevista semiestruturada realizada com estes profissionais da educação. Na análise dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo. Os resultados obtidos mostrou-se que os professores possuem uma concepção reduzida do que seriam Interdisciplinaridade e Educação Ambiental, estes sentem muita dificuldade para desenvolver qualquer atividade e/ou projeto que seja de cunha interdisciplinar ou ainda seja desenvolvido no espaço não formal, também há falta de tempo e se apresentam despreparados para mudanças.

PALAVRAS-CHAVE: Interdisciplinaridade. Educação Ambiental. Espaços Não Formais.

ABSTRACT: This paper investigates the Interdisciplinary school context because it despite being reminded by teachers is rarely practiced for Environmental Education. The aim of the study was to analyze the conceptions of teaching 7th grade of elementary school to a public school on the interdisciplinary relations and educational professionals when involved in activities in non-formal environmental education. The study was based on qualitative research methodology, and the technique used to own semi-structured interviews conducted with these education professionals. In the data analysis we used the technique of content analysis. The results showed that teachers have a reduced conception of what would Interdisciplinarity and Environmental Education, they feel it very difficult to engage in any activity and / or project that is interdisciplinary or wedge is developed within non-formal, there is also a lack time and have not prepared to change.

KEY-WORD: Interdisciplinarity. Environmental Education. No Formal Spaces.

 

Arquivo em PDF: 2013 Secam Teixeira Santos Lima Interdisciplinaridade e EA.pdf (326446)

 

INTRODUÇÃO

O Ensino de Ciências na educação formal tem o papel de colaborar para formação do cidadão critico e também para o mundo do trabalho (BRASIL, 1998), com vista a esse desafio, não se pode pensar em um ensino memoristico que pouco questione a sociedade, as condutas e o ambiente em que vive; isto é, dentro de várias transformações científicas e tecnológicas contemporâneas cada vez mais velozes. Desta forma, o ensino é visto como possibilidade problematizadora da realidade em que busca compreender e dialogar por meio de uso das várias ferramentas e conhecimentos, a assim procurando uma interação interdisciplinar. Um dos contextos para se alcançar tal fim é por meio da Educação Ambiental (EA).

Neste texto faz-se uma tessitura na introdução sobre o pensamento disciplinar e suas relações multi-pluri-inter-trans e realiza um levantamento das correntes em EA, e depois realiza uma verificação empírica das concepções de docente do ensino básico sobre a EA e a interdisciplinaridade com docente do ensino básico.

A partir do início do século XII as ciências começaram a ser divididas, e as disciplinas foram se especializando e, tornando-se cada vez mais hiperespecializadas, sobretudo pela influencia dos trabalhos de grandes pensadores como Bacon, Descartes, Newton, Darwin e outros. No entanto, na metade do século XX começaram a surgir propostas que compensassem a fragmentação das disciplinas. (SOMMERMAN, 2006; THIESEN, 2008)

Essas propostas começaram a surgir nas universidades, com a criação de institutos e núcleos, ficaram conhecidas como: multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade, transdisciplinaridade e interdisciplinaridade. Cada uma das variações disciplinares busca trabalhar de uma maneira, mas, no que diz respeito à multidisciplinaridade e pluridisciplinaridade a uma harmonia entre elas. Zabala menciona que:

 

O multidisciplinar é a organização de conteúdos mais tradicional. Os conteúdos escolares são apresentados por matérias independentes uma das outras. O conjunto de matérias ou disciplinas é proposto simultaneamente, sem que apareçam explicitamente as relações em que podem existir entre elas. Trata-se de uma organização somativa. (ZABALA, 1998, p.143)

O pluridisciplinar é a existência de relações complementares entre disciplinas mais ou menos afins. É o caso das diferentes histórias (da ciência da arte da literatura) ou das relações entre diferentes disciplinas das ciências experimentais. (ZABALA, 2002, p.33)

 

No que diz respeito à transdisciplinaridade e interdisciplinaridade Coimbra define esta multiplicidade de disciplinas em:

 

O transdisciplinar é [...] capaz de incorporar à própria formação, em grau elevado, quantitativa e qualitativamente, conhecimentos e saber diferenciados. Mas há que ser um processo ordenado, quase sempre longo, que resulte numa síntese harmoniosa, abrangente e multifacetada. A transdisciplinaridade decorre de uma assimilação progressiva de outros saberes que venha a constituir um como software incorporado, qual segunda natureza, no conhecimento e na análise de uma problemática – por exemplo, a questão ambiental – de modo a possibilitar uma síntese holística ou uma cosmo visão de fato abrangente O interdisciplinar consiste num tema, objeto ou abordagem em que duas ou mais disciplinas intencionalmente estabelecem nexos e vínculos entre si para alcançar um conhecimento mais abrangente, ao mesmo tempo diversificado e unificado. Verifica-se, nesses casos, a busca de um entendimento comum [...] e o envolvimento direto dos interlocutores. Cada disciplina, ciência ou técnica mantém a sua própria identidade, conserva sua metodologia e observa os limites dos seus respectivos campos (COIMBRA, 2000, p.58).

 

No entanto, Coimbra (2000) vai mais além quando fala de interdisciplinaridade, ele menciona que as partes envolvidas em um trabalho interdisciplinar dão-se as mãos, movimentam-se juntas como um balé, voltadas para o tema central. Aproximam-se, afastam-se; interpelam-se, respondem-se”. Mas para ele o essencial é produzir uma ação comum, mantendo cada participante o que lhe é próprio.

Dessa forma Leff (2000), faz referência a interdisciplinaridade como um processo de inter-relação e, ela vem sendo usada como sinônimo e metáfora de toda interconexão e “colaboração” entre diversos campos do conhecimento e do saber dentro de projetos que envolvem tanto as diferentes disciplinas acadêmicas, como as práticas não científicas que incluem as instituições e atores sociais diversos.

Em relação à definição de um conceito, para interdisciplinaridade, tudo parece estar ainda em construção. Na medida em que não existe uma definição única possível para esse conceito, senão muitas, tantas quantas sejam as experiências interdisciplinares em curso no campo do conhecimento (THIESEN, 2008). Desta forma podemos definir interdisciplinaridade como a interação entre duas ou mais disciplinas, e independente da definição de cada autor ela sempre vai estar onde se pensa em romper a fragmentação dos saberes.

Para Sommerman (2006) a hiperespecialização cresceu em uma proporção que fez com que o aprofundamento de uma disciplina as conduzisse a fronteira de outras que levou a criação de uma nova disciplina ou ainda a transferência do método de uma para outra havendo diálogo entre elas.  Desta forma a interdisciplinaridade surge como movimento contemporâneo, buscando a interação entre as ciências e o rompimento da fragmentação dos saberes.

A interdisciplinaridade esta ganhando mais espaço nos últimos anos e são muitas as discussões que ela proporciona, seja no âmbito científico ou educacional. Ela esta granjeando mais força nas ciências humanas e sociais. De acordo com Goldman (1979) todas as correntes de pensamente passaram a investir no processo interdisciplinar, buscando a integração entre as ciências com a finalidade do dialogo entre elas.

Visto que a interdisciplinaridade busca a interação entre as disciplinas e o rompimento do conhecimento parcelado, a escola ganha um papel fundamental no movimento interdisciplinar. Ela precisará acompanhar de perto este movimento, apesar dos desafios a serem enfrentados, pois no âmbito educacional a interdisciplinaridade é um movimento recente. (THIESEN, 2008; SILVA; PENA, 2009).

Para Thiesen o professor precisa ter uma visão integrada com a realidade, apropriar-se das múltiplas relações que a sua área de formação possui com as outras, aventurando-se na linguagem que outros dominam. Pois a comunicação é essencial, é nesse contexto que o professor entra com o papel fundamental de articular e buscar a curiosidade, sempre aberto a novas mudanças.

De acordo com as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº. 9.693/96) a escola precisa estabelecer a relação entre a educação fundamental e a vida cidadã por meio de articulações entre vários aspectos como: saúde, sexualidade, vida familiar e social, meio ambiente, trabalho, ciência e tecnologia, cultura, e as linguagens. Dessa forma os professores precisam contribuir com suas experiências, buscando estratégias que visam à educação ambiental (BRASIL, 1996; RODRIGUES, 2009).

O enquadramento pedagógico da educação ambiental para o território nacional esta pautado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN`s) e, afirmam que a interdisciplinaridade é essencial para o desenvolvimento de temas ligados ao Meio Ambiente, sendo necessário desfragmentar os conteúdos e reunir as informações dentro de um mesmo contexto, nas várias disciplinas.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais apontam que:

 

Para que os alunos construam a visão da globalidade das questões ambientais é necessário que cada profissional de ensino, mesmo especialista em determinada área do conhecimento, seja um dos agentes da interdisciplinaridade que o tema exige. A riqueza do trabalho será maior se os professores de todas as disciplinas discutirem e, apesar de todo o tipo de dificuldades, encontrarem elos para desenvolver um trabalho conjunto. Essa interdisciplinaridade pode ser buscada por meio de uma estruturação institucional da escola, ou da organização curricular, mas requer, necessariamente, a procura da superação da visão fragmentada do conhecimento pelos professores especialistas (BRASIL, 1998, p. 193).

 

Para atingir seus objetivos, os PCN’s – Tema Transversal Meio Ambiente apresentam como características básicas da educação ambiental a interdisciplinaridade (BRASIL, 1998).

De acordo com Sauvé (2005), a extensão da Educação Ambiental é uma parte fundamental da educação. A autora apresenta que diferentes autores (pesquisadores, professores, pedagogos e outros) adotam diferentes discursos sobre a Educação Ambiental e propõem diversas maneiras de conceber e de praticar a ação educativa. A autora vai alem, agrupando quinze correntes que trabalham as diversas possibilidades teóricas e práticas no campo da educação ambiental. Segundo ela, corrente, refere-se à maneira de conceber e de praticar a educação ambiental.

 Sauvé classificou as quinze correntes em duas partes: “antiga e recente”. Na tradição mais antiga, as correntes são naturalista, conservacionista/recursista, resolutiva, sistêmica, científica, humanista, moral/ética” e, entre as correntes mais recentes, “a holística, biorregionalista, práxica, crítica, feminista, etnográfica, ecoeducação e sustentabilidade (SAUVÉ, 2005, p. 18). A autora analisou cada corrente “a concepção de meio ambiente; a intenção central da educação ambiental; os enfoques privilegiados; exemplos de estratégias ou de modelos que ilustram a corrente” (SAUVÉ, 2005, p. 18).

Nesse contexto, nas pesquisas realizadas por Reigota (2010), o autor trabalha a concepção de meio ambiente e educação ambiental, por meio dos estudos das imagens e entrevistas. Ele busca compreender as representações sociais que professores têm sobre a educação ambiental. As representações se dividem em dois grupos: uns a associam a uma disciplina específica e o outro a um projeto pedagógico conscientizador. Reigota observa um quadro de indefinições e contradições, pois ambos os grupos se inserem em uma educação ambiental preservacionista (p.80).

Segundo Reigota (1998), a educação ambiental aponta para propostas pedagógicas centradas na conscientização, mudança de comportamento, desenvolvimento de competências, capacidade de avaliação e participação dos educandos.

Nesse sentido, no documento da UNESCO (1998) as características da educação ambiental referem-se à concepção e à estruturação do conteúdo educativo, às estratégias pedagógicas e à organização dos métodos de aprendizagem. Essas características estão disciplinadas em quatro itens: enfoque voltado à solução de problemas, enfoque educativo interdisciplinar, integração da educação na comunidade e educação permanente voltada para o futuro.

Este trabalho esta relacionado ao enfoque interdisciplinar que “busca dar uma perspectiva mais geral e menos esquemática dos problemas [...] não consiste em justapor as diversas disciplinas, mas abranger o processo na sua totalidade” (UNESCO, 1998, p. s/p). Isso requer conhecer as correlações existentes no enfoque disciplinar e fragmentado do conhecimento (UNESCO, 1998).

De fato, a educação ambiental não deve ser uma disciplina a mais no currículo escolar, mais deve esta inserida em programas educativos, que possa ser levada a pessoas de todas as idades, em todos os níveis da educação formal (alunos e professores), bem como no ensino não formal (jovens e adultos).

Relacionado à educação ambiental Jacobi (2003) menciona que o desafio é formular uma educação ambiental que seja crítica e inovadora, em dois níveis: formal e não formal. No entanto, é uma tarefa que exige esforço de todas as instituições educativas que buscam promover uma ação educativa.

De modo que se busca conhecer a concepção dos professores sobre interdisciplinaridade e a Educação Ambiental desenvolvida por estes profissionais da educação de uma escola de Ensino Fundamental que leciona para o 7º ano da cidade de Manaus/AM.

 

 

METODOLOGIA

A pesquisa assume um caráter qualitativo, a partir dos atributos do tipo de investigação apontado por Bogdan e Biklen (1994) em que a pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta das informações; os dados coletados são predominantemente descritivos; a preocupação com o processo é maior do que com o produto; o significado que as pessoas dão às coisas é o foco de atenção especial do investigador; e a análise dos dados tende a adotar um processo indutivo.

A pesquisa foi realizada com professores de uma Escola da Rede Pública Municipal da cidade de Manaus. A escolha desta escola se deu de forma aleatória e principalmente por fazer parte da rede pública. Os sujeitos da pesquisa foram (04) quatro professores que aceitaram participar que lecionam para uma turma do 7º ano do Ensino Fundamental do município de Manaus, escola localizada na Zona Sul. Estes foram escolhidos no 7º ano devido apresentar na grade curricular os conteúdos de biodiversidade, necessários para atividade em espaço não formal selecionado em pesquisa paralela (nota de rodapé presente mais a frente).

A abordagem do problema foi à pesquisa qualitativa e, a técnica para esta pesquisa foi à própria entrevista. Foram elaboras perguntas que correspondessem às informações profissionais relacionadas ao propósito da pesquisa de investigar a relação da interdisciplinaridade e a problemática da Educação Ambiental no ensino formal em relação ao uso de espaços não formais por professores do 7º ano do Ensino Fundamental na Escola Municipal.

Na coleta das informações foi utilizada a técnica da entrevista semiestruturada, uma pré-visita e outra pós-visita a um espaço não formal (apêndice A), que parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa, e que, em seguida, oferecem amplo campo de interrogativas (TRIVIÑOS, 1987). As entrevistas foram feitas para conhecermos a concepção dos professores quanto ao que eles entendem por interdisciplinaridade e Educação Ambiental.

Para a realização das entrevistas foi utilizado o equipamento de gravação RR-US550 Panasonic em gravações em MP3 para a transcrição das verbalizações. Os pesquisados serão informados do sigilo em relação à identificação das informações.

Para a análise dos dados foi utilizada a análise de conteúdo qualitativa, pois ela busca conhecer aquilo que esta por trás das palavras sobre as quais se debruça (BARDIN, 2009). As perguntas foram analisadas qualitativamente procurando similaridade nas respostas, categorização e interpretação.

Foram realizadas duas entrevistas com cada participante, antes e depois de uma atividade de EA em espaço não formal por uma pesquisadora[4], contudo nas duas primeiras categorias construídas as concepções anteriores à atividade foram semelhantes às primeiras, pois não houve verbalização que indicasse mudança de ponto de vista, mas duas últimas categorias de análise foi observado mudança ou variação nos pontos de vista. Desta forma esta apresentado os resultados.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Houve a necessidade de 02 entrevistas para cada participante com duração de 15 minutos de gravação de áudio para cada participante e em torno de 11 páginas de transcrição.

Fez-se parte da pesquisa um grupo de quatro professores, sendo eles professores das disciplinas de Ensino Religioso, Matemática, Língua Portuguesa e Educação Física. No período das entrevistas solicitou-se a participação da professora de Ciências Naturais da turma do 7º ano do Ensino Fundamental, mas não foi possível a sua participação.

Para a análise dos dados foram selecionadas categorias quanto à concepção de interdisciplinaridade e educação ambiental bem como, a relação entre interdisciplinaridade e educação ambiental e, para finalizar como a escola tem desenvolvido a interdisciplinaridade voltada para a Educação Ambiental.

 

A Concepção de Interdisciplinaridade

A concepção de interdisciplinaridade vem sendo trabalhada ao longo dos anos, não existe uma definição única possível para ela, desta maneira, para Coimbra (2000, p. 58), um trabalho interdisciplinar “dão-se as mãos, movimentam-se juntas como um balé, voltadas para o tema central, ele ainda vai além, onde o interdisciplinar consiste num tema, objeto ou abordagem em que duas ou mais disciplinas estabelecem vínculos para alcançar um conhecimento mais abrangente.

Tendo em vista a definição dada por Coimbra sobre interdisciplinaridade, segue abaixo verbalizações selecionadas dos professores sobre a interdisciplinaridade:

“Interdisciplinar é fundamental, embora perceba que alguns colegas não estão ainda aptos para desenvolver [...] não é curso, mais [...] articulação.” (Professor No1)[5].

“[...] um conteúdo se agrega ao outro, e quando você trabalha as matérias separadas ele não vê sentido naquilo ali e quando você usa esse recurso da interdisciplinaridade tudo fica mais fácil e o aluno vê mais sentido nos conteúdos.” (Professor No2).

“[...] aliar as disciplinas, todas juntas, para o bom desenvolvimento do aluno.” (Professor No3).

“[...] é trabalhar em conjunto com outras disciplinas [...]” (Professor No4).

Observa-se na fala dos professores que estes sentem certa dificuldade de afirmar com certeza o que seria interdisciplinaridade no conceito escolhido para esta pesquisa. No entanto, é possível selecionar de suas verbalizações algumas palavras-chave que está relacionada ao que estes mencionam tais como: inter-relação, não praticada, professores não preparados.

Dessa forma, isso nos remete a seguinte situação, os professores tem noção de que interdisciplinaridade é uma atividade com objetivo, para dialogar com o colega de outra área de formação, entretanto eles são despreparados e, por esta razão não exercitam a prática da interdisciplinaridade ou ainda, leva a resistência/barreira a trabalhos que tenham o cunho interdisciplinar.

Segundo Ivani Fazenda (1993) citada por Reis (2009) ao mencionar que a interdisciplinaridade depende, basicamente, da mudança de atitude do educador perante o problema do conhecimento e da substituição de uma concepção fragmentária pela unitária do ser humano. Relacionado a isso os educadores necessitam ser capacitados com a abordagem interdisciplinar, conforme recomenda o PCN’s.

Nesse sentido a fala do Professore Nº1 é bem pertinente, pois ele menciona que apesar de fundamental a interdisciplinaridade os professores não estão preparados para se trabalhar dessa forma. Thiesen (2008, p. 550) explica por que os professores se sentem limitados ao trabalhar com o caráter interdisciplinar ao dizer que:

 

[...] basta que verifiquemos o modelo disciplinar e desconectado de formação presente nas universidades, lembrar da forma fragmentária como estão estruturados os currículos escolares, [...] a resistência dos educadores quando questionados sobre os limites, a importância e a relevância de sua disciplina e, finalmente, as exigências de alguns setores da sociedade que insistem num saber cada vez mais utilitário.

 

A Concepção de Educação Ambiental

Como toda temática em faze de afirmação, a Educação Ambiental recebeu várias definições ao longo de sua escala evolucionária. Ela não deve se restringir ao ensino de ecologia e ao ensino de ciências e também não deve se caracterizar como um “doutrinamento” para modificar comportamentos ambientais predatórios.

Dessa maneira Reigota (2005) menciona que o conceito esta vinculado ao ambiente e como este é percebido, sendo a educação ambiental um processo da construção da relação humana com o ambiente onde os princípios da responsabilidade, da autonomia, da democracia entre outros estejam sempre presentes.

Para analisarmos como os professores veem a educação ambiental lhes perguntamos a concepção que estes possuem sobre EA e, obtivemos as seguintes expressões:

 

[...] a poluição ambiental, ou seja, de alunos em sala de aula e em corredor das escolas, isso tem prejudicado muito o próprio aprendizado do aluno, e o próprio desenvolvimento disciplinar do professor. (Professor No1)[6].

[...] falta de conscientização, e temos que trabalhar na escola enquanto eles estão [...] jovens. É muito importante trabalhar a EA porque [...] eles atiram qualquer lixo nas ruas rio e aquilo vai voltar prejudicando eles mesmos. (Professor No2).

[...] importante, principalmente hoje que os nossos alunos são um pouco largadas em relação à família, então é aqui que eles encontram maiores apoios. (Professor No3).

[...] muito abrangente principalmente na nossa região, ela esta precária, você nota isso na questão dos igarapés, nós somos um povo que não somos educados para não sujar e nem a limpar, você vê que causa um constrangimento. (Professor No4).

 

Nas expressões dos professores foi possível retirar algumas palavras-chaves, tais como: poluição ambiental, conservar, lixo, reciclar, conscientizar e, valores. Nesse sentido observamos que a educação ambiental dos professores ainda esta voltada para os aspectos naturais e de conservação. De acordo com essas expressões observamos que a maioria dos professores se encaixa na “Corrente Conservacionista/Recursista” mencionada por Sauvé (2005), nessa corrente as pessoas estão centradas na “conservação” dos recursos, seja na sua qualidade e/ou quantidade, além disso, ela visa os três “R” clássicos como: redução, reutilização e reciclagem.

No entanto, entre as verbalizações, há uma que se destaca a feita pelo professor Nº 3, pois ele se preocupa com valores, a questão familiar. Nas correntes mencionadas por Sauvé, este educador esta ligado a “Corrente Moral/Ética”, pois ela baseia-se nos conjuntos de valores. Nesse sentido se requer senso participativo e solidariedade com as pessoas, ambientes e espécies destas e das futuras gerações.

 

Interdisciplinaridade e Educação Ambiental

Ao referir-se a Educação Ambiental, González-Gaudiano (2005), menciona que é um momento que EA necessita definir sua identidade frente a campos da educação e, está se apoia na interdisciplinaridade, ou seja, ela não surge como matéria suplementar, mas que esta trabalha em cooperação as disciplinas tradicionais.

Neste sentido ao falar da relação de EA com a interdisciplinaridade, destacam-se:

 

“[...] tem tudo haver, até porque a questão ambiental ela pode e deve muito contribuir com relação à educação do educando.” (Professor Nº1).

“[...] as disciplinas dá para trabalhar a Educação Ambiental, elaborando um bom projeto.” (Professor No2).

“[...] tem que ser feito um trabalho bem amplo”. (Professor No3).

Ainda neste contexto nota-se que os professores reconhecem que educação ambiental trabalha em cooperação a interdisciplinaridade pôs o que podemos destacar é que estes ligam esta cooperação a projetos que possam ser desenvolvidos no ambiente formal ou não formal.

É digno de nota que, além de os professores proporem que somente com a elaboração de projetos é possível trabalhar a interdisciplinaridade, ainda há um receio na fala desses profissionais, pois eles não possuem a prática do trabalho em conjunto, para que estes trabalhos ocorram é preciso que este seja feito de modo amplo.

Neste sentido a UNESCO (1980) (apud SATO; CARVALHO, 2005) menciona quatro estratégias em direção à interdisciplinaridade, que podem ser executadas, pois não requerem uma transformação completa dos sistemas de educação:

  1. Disciplina-piloto – o problema é abordado em uma disciplina responsável e as demais intervêm sempre que necessário;
  2. Co-participação – ensino realizado por dois ou mais professores com o apoio de especialista externo quando necessário;
  3. Um período por semana utilizado na exploração do meio ambiente, quando cada professor contribui no ensino de acordo com a sua área, com o apoio de especialista se necessário;
  4. Projeto – ensino baseado na busca de soluções a problemas específicos da comunidade dos alunos, em que cada professor contribui para a melhor compreensão do problema frente à solicitação dos alunos, com grupos de trabalho dedicados à análise e ação.

A quarta estratégia referente ao desenvolvimento de projetos citada pela UNESCO (1998) é a mais mencionada pelos professores, pois para eles seria a maneira mais simples de trabalhar a interdisciplinaridade.

Para que haja um bom planejamento das atividades de educação ambiental há a necessidade de este trabalho seja contínuo no ambiente formal, todavia, com o preparo do professor como educador ambiental, formação esta que se realiza também com a prática pedagógica continuada, mas que não pode prescindir de um referencial teórico e prático proveniente de um sistema formal de capacitação (REZLER, 2008).

Com incentivos os professores conseguem trabalhar em conjunto. Em uma atividade realizada por uma pesquisadora com uma turma do 7º ano da mesma escola que estes educadores ministram aula, foram-lhes mostrados de uma maneira simples como estes poderiam trabalhar a interdisciplinaridade. Através dos conteúdos que estes estavam abordando em sala de aula foi elaborada uma atividade que envolvesse todos os conteúdos pertinentes ao assunto, à atividade em ambiente não formal acorreu no Bosque da Ciência (INPA)[7], localizado na cidade de Manaus.

Após uma semana da realização da atividade foi possível contatar estes professores para verificar quanto foi de proveito à proposta metodológica da atividade. O que notamos é que estes de fato a usaram para complementar o que estavam abordando em sala de aula.

O professor Nº3 menciona

“[...] eu estava trabalhando com produção de história em quadrinho [...] e a visita ao Bosque da Ciência forneceu esse tema para eles. Eles tiveram um tema com uma história desenvolvida por eles, completa, com eles participando [...]”.

Há muitas possibilidades dos professores se programarem e desenvolverem atividades em ambiente não formal o que falta é mais comunicação da parte destes.

Outro professor ao referir-se da atividade, ele buscou na sua verbalização citar que nesta atividade foi trabalhada a interdisciplinaridade, quando diz:

“[...] pegando a parte da matemática [e] da ciência nós vimos ai que tem uma ligação muito forte, foi falado em circunferência, na própria temperatura que eu utilizei em sala de aula como conteúdo que eu estava utilizando e também na circunferência das árvores, altura, [...]”.

Nas verbalizações ambos concordam com o discurso onde a atividade desenvolvida no ambiente não formal lhes proporcionou trabalhar em sala de aula com os conteúdos que observaram no Bosque da Ciência. Nesse sentido Cascais e Fachín-Terán (2011, p/s.) mencionam que,

 

[...] a escola, cujo espaço é ocupado pela educação formal, não consegue sozinha dar conta das múltiplas informações [...]. Cabe então, estabelecer parcerias e utilizar outros espaços educativos. É nesse contexto, que surge a educação não formal e informal em ciências.

 

Ou seja, o ensino-aprendizagem podem se dá tanto no espaço formal quanto no não formal, oportunizando os professores a trabalhar a interdisciplinaridade nesses ambientes.

 

Trabalho Interdisciplinar em Educação Ambiental em Espaço Não Formal

Atividade extraescolar realizada por professores permite a ruptura da monotonia do meio escolar e o aproveitamento da cultura externa às aulas e aos livros. Para isso há a necessidade do apoio da escola para a realização destas atividades.

No entanto, surgiu a necessidade de questionar aos professores se a escola trabalha a interdisciplinaridade com a temática ambiental. Nesse sentido obtivemos a verbalização do seguinte professor:

“[...] não [...] têm muitos projetos para serem feitos e então ele fica um pouco de lado e geralmente fica a cargo dos professores de Ciências eles que envolvem mais os alunos nisso.” (Professor No3).

Na sua fala o professor menciona algo que persiste no meio educacional escolar e confirmamos isso em nossa pesquisa onde o professor de Ciências/Biologia parece ser o mais adequado para desenvolver os projetos de Educação Ambiental, além da escola não trabalhar de modo interdisciplinar, tudo que envolve ambiente “fica a cargo dos professores de ciências”.

Isso se confirma quando o Professor Nº2 menciona “[...] que cada professor é responsável por desenvolver sua atividade [EA]”. Para Sato e Santos (2003, p.24), pelo fato de não possuir um “profissional interdisciplinar”, todas as áreas podem, e devem, contribuir para a temática ambiental. Lembramos que a interdisciplinaridade é o diálogo e, o trabalho em equipe exige troca, base de qualquer educação dialógica.

Portanto, a educação ambiental só é possível, na escola, quando se dá oportunidade de participação aos alunos e se cria, no ambiente escolar, a possibilidade de tal participação. Não é possível alcançá-la num modelo de educação tradicional, que privilegia a mera transmissão de conteúdos e a modelagem do comportamento humano (VALENTIN; SANTANA, 2010).

Os professore não se sentem preparados para trabalhar a interdisciplinaridade, pois muitos são os fatores que os impedem de realizar tal trabalho. Os fatores mais pertinentes encontrados durante a pesquisa são: falta de tempo, não tem apoio da escola, dificuldade de se relacionar com profissionais de outras disciplinas, muitos não gostam de mudanças na maneira de lecionar, muita carga horária de trabalho, entre outras.

Como já mencionado, interdisciplinaridade é diálogo, troca de informações, não dá para cada profissional desenvolver a sua atividade e não compartilhar com os outros colegas de trabalho, pois dessa forma eles estão trabalhando a fragmentação do saber e não a sua desfragmentação, tornando cada área isolada no seu ambiente.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos com a visita a Escola Municipal da cidade de Manaus nos mostrou que os professores possuem uma concepção reduzida do que seja Interdisciplinaridade adotada, pois, o que mais mencionaram foi relacionado à inter-relação das disciplinas. No entanto, há uma enorme dificuldade para estes professores a desenvolverem seja no ambiente formal ou não formal.

Os professores não possuem preparo para desenvolver atividade em EA servindo-se da interdisciplinaridade entre muitas razões de estrutura administrativa, física e pedagógica.

Estes fatores de acordo com os professores não os possibilitam a desenvolver um projeto ou atividade interdisciplinar e que envolva a Educação Ambiental, esta é outro problema para estes profissionais que sentem dificuldade em trabalhar com ela, pois, quando a escola esta, por exemplo, desenvolvendo um projeto de EA só se lembram dos professores de Ciências, estes são os responsáveis por tais atividades.

Entretanto, a partir da atividade desenvolvida em espaço não formal, os professores notaram que quando se faz um planejamento de qualidade com a participação de várias áreas, é possível trabalhar a interdisciplinaridade, tornando fácil o desenvolvimento de atividades em espaços não formais. Notaram que os alunos mostraram-se participativos, além disso, tiveram mais desempenho com a sequencia do conteúdo em sala de aula.

Sendo assim, o que poderia ser feito para que estes profissionais se sentissem mais preparados para trabalhar a interdisciplinaridade é a “atualização”. Os professores precisariam sempre esta participando de processos como “Formação Continuada de Professores”. Mas para isso, as universidades possuem um papel fundamental, ela deveria esta oferecendo a estes profissionais a oportunidade de se manterem atualizados.

Mas não somente isso, nos cursos de licenciatura os discentes não são preparados para o trabalho interdisciplinar. Estes não dialogam com outras licenciaturas, pois se isso ocorresse é provável que estes futuros profissionais ao saírem das universidades teriam a mente mais aberta para trabalhar a troca de saberes.

 

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_________. Enfoque globalizador e pensamento complexo. Porto Alegre: Artmed, 2002.

 

APÊNDICE A

Roteiro de entrevista com os professores antes da atividade

  1. Formação Acadêmica:
  2. Instituição:
  3. Possui Pós-Graduação? Qual?
  4. Qual a sua carga horária de trabalho nesta escola?
  5. Qual a sua concepção (ideias, experiências e opiniões) sobre Interdisciplinaridade?
  6. Qual a sua concepção (ideias, experiências e opiniões) sobre Educação Ambiental?
  7. Para você existe alguma relação entre a Interdisciplinaridade e a Educação Ambiental? Você poderia explicar o seu ponto de vista?
  8. Qual a importância de o professor desenvolver atividade interdisciplinar?
  9. A escola tem trabalhado a interdisciplinaridade com a temática ambiental? Como?
  10. Como a sua área de formação contribui para o desenvolvimento de atividade interdisciplinar com tema voltado para a Educação Ambiental em espaço não formal?
  11. Qual é o conteúdo que atualmente você está trabalhando em sala de aula? Este conteúdo pode ser vinculado ou ter relações para desenvolver a Educação Ambiental? Você pode sugerir exemplos de atividades?

Roteiro de entrevista com os professores pós-atividade

  1. Para você a atividade desenvolvida no Bosque da Ciência o ajudou com o conteúdo que está trabalhando na sala de aula? De que maneira?
  2. A atividade desenvolvida no Bosque da Ciência trabalhou a Interdisciplinaridade? Como? E a Educação Ambiental foi inserida nesse contexto, como?

 

 


j Trabalho apresentado no 3º Simpósio em educação em ciências na Amazônia – III SECAM. VIII Seminário de Ensino de Ciências. II Fórum de educação, divulgação e difusão em ciências no amazonas. Manaus – AM, 24 a 27 de setembro de 2013.

[1] Licenciada em Ciências Naturais pela Universidade Federal do Amazonas.

tatiane-rb@hotmail.com

[2] Mestre em Ensino de Ciências. Departamento de Biologia - Universidade Federal do Amazonas.  seiffertsaulo@gmail.com

[3] Mestra em Políticas e Gestão Ambiental. Departamento de Biologia - Universidade Federal do Amazonas. aldeniza@hotmail.com

[4] Esta investigação acompanhou uma outra pesquisa que realizou atividade de Educação Ambiental em Espaço Não Formal no Bosque da Ciência/INPA com estudantes de uma turma do 7º ano do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino da Zona Sul de Manaus/AM, no qual os professores entrevistados são docentes destes estudantes, em que os mesmos acompanharam a estratégia de ensino que contemplou os conteúdo na área de zoologia, botânica e ecologia por meio de ação da EA. Esta pesquisa ainda está no prelo.

[5] As verbalizações estão apresentadas no texto como citações diretas, contudo não haverá referência. As mesmas estão indicadas com termo “Professor Nº” e diferencia pelo número o professor para conservar a identidade do docente.

[6] Nesta seção de verbalizações na maioria das mesmas ultrapassam três linhas, desta forma, por questão estética uniformizou todas com a mesma formatação.

[7] O Bosque da Ciência foi inaugurado em 1º de abril de 1995. Com área de aproximadamente 13 hectares, localizado no perímetro urbano da cidade de Manaus na zona central - leste. Projetado e estruturado para fomentar e promover o desenvolvimento do programa de Difusão Científica e de Educação Ambiental do INPA, ao mesmo tempo preservando os aspectos da biodiversidade existente no local. Mais informações visite a URL: <https://www.inpa.gov.br/bosque/>.